Somos comidas por este campo de milho que parece não ter fim. Corremos entre as altas plantas até nos perdermos neste infinito de massarocas. Levantamos os braços para nos destacarmos deste campo amarelo onde o único som são as ervas a balançarem umas contra as outras tornando o ambiente mais melódico. Joga-se ás escondidas, á apanhada e corremos com dificuldade por causa do número de ramos que nos impede a passagem.
Por fim, encontramos a saída. O vento bate-nos na pele, faz esvoaçar os nossos cabelos e começamos a seguir este caminho de terra batida, onde em cada lado vemos a selva onde estávamos metidas. Descemos, e vemo-nos finalmente livres daquele campo amarelo que tanto deixou a desejar por mais destas corridas perdidas e deste espírito de voltar a ser criança por uns momentos.
Agora, ele já não existe, já foi todo cortado, o que é uma pena. Mas para o ano há mais. Até lá, é continuar a procura destes lugares autênticos que nos permite libertarmo-nos um pouco, por instantes.