Deveria de ter escrito este post mais cedo, mas é completamente impossível quando o final do período está já aqui á porta. No entanto não poderia deixar passar este tema que me afeta particularmente.
Vivo numa
pequeníssima vila do distrito de Castelo Branco que tem sido muita vez notícia
devido ao mesmo problema de sempre: A poluição do Tejo. Isto porque esta vila,
com o decorrer dos anos, tem-se tornado num centro de fábricas que nunca mais
acabam, essencialmente relacionadas com o papel.
Á primeira vista
até parece ser muito bonito, “as fábricas dão emprego, logo, mais gente virá
para aqui viver”. No entanto, a nossa qualidade de vida tem-se reduzindo
drasticamente com o passar dos anos devido a esta industrialização.
O problema é que estas grandes coperativas produzem mais do que o que estão
preparadas a fazer, ou seja, todos os resíduos que resultam desta parte a mais
da produção, acabam por ir parar ao rio. Com todas estas descargas ilegais, o
rio deixou de ter peixe, pescadores que viviam do rio deixaram de ter peixe
para pescar e assim, os restaurantes deixaram de ter peixe do rio para servir.
Muitas pessoas acabaram por sentir esta ausência, (já para não mencionar a
quantidade de alimentos que são regados com aquela água moribunda, mas é melhor
nem irmos por aí!) e foram estas pessoas que se organizaram e se manifestaram
em Vila Velha de Ródão contra estas descargas ilegais.
Foram pouquíssimos os habitantes da vila que tiveram a coragem de
participar nesta manifestação, essencialmente porque a grande maioria trabalham
nestas fábricas, e ninguém, no seu perfeito juízo vai “morder a mão a quem lhes
dá pão” como se costuma dizer. Mas como EU não estou ligada a nenhuma dessas
empresas, não consegui deixar de não ir. E assim foi a minha primeira
manifestação, ouvi muito as palavras “Não á poluição” em uníssono mas, para ser
sincera, até gostei daquele ambiente todo de revolta.
Os megafones passam de mão em mão e cada um quer mostrar o seu
descontentamento. Gritam em protesto e todo este aparato é o ambiente preferido
de alguns fotógrafos amadores que só foram á manifestação para tirar uma fotos
interessantes (não foi o meu caso, mas não tenho nada contra).
Para além disso, milhares de cartazes, tanto em português como até em
espanhol, se levantam acima das pessoas parecendo que estão a flutuar numa
dança de palavras.
É triste ver como
o dinheiro acaba muitas vezes por se sobrepor a alguns aspetos básicos que
estão permanentemente presentes nas nossas vidas e na de qualquer ser vivo! E
estes crimes existem em escala mundial e em grande número. Então, como
cidadãos, temos o dever de proteger aquilo que nos foi dado para a
concretização da nossa existência e a de todas as espécies, e se for preciso
sairmos da nossa zona de conforto e lutar por um mundo mais justo, mais
sustentável, então é tempo de agir...
Antes que o mundo perda a sua cor
Gostaria muito de
saber a vossa opinião sobre esta forma muito capitalista que se está a adotar.
Também acham que a poluição é um dos problemas mundiais mais preocupantes?